Quem sou eu

Minha foto
Jornalista, casada e amante das palavras. A pernambucana mais brasiliense de todas.

domingo, 11 de julho de 2010

Vida de vidro

Cair e quebrar. Talvez este seja o destino fatal de todas as taças de vidro ou cristal. Um dia elas escorregam da mão ensaboada, ou caem do armário, do nada, ou sofrem um desastrado esbarrão. Tão bonitas outrora, quando reluziam e ressoavam tons diversos. Agora, não passariam de cacos. Nada que o dinheiro não possa comprar de novo. Mas e quando uma vida é feita de vidro? Sim, sensível a qualquer aperto forte de mão, a qualquer movimento mal calculado, ou até a um pulo no chão. Esta semana assisti a uma matéria sobre a síndrome dos ossos de vidro. Rara, mas real. Duas meninas adoráveis, uma delas de quatro anos, frágeis como a mais fina porcelana. Alguns insistiam em dizer: 'sua filha vai a óbito', contou a mãe emocionada, mas ela estava ali, vencendo ano após ano, ainda num carrinho de bebê, sobrevivendo bravamente a esta situação. Certamente o destino dela não será cair e quebrar, mas fortalecer aos que a cercam, muitas vezes com ossos de adamante, porém com emoções de vidro, cheias de melindres. A missão desta linda garotinha talvez seja dizer ao mundo que é possível viver e sorrir, mesmo em meio às tribulações, que no caso dela, não são poucas. Seja jogar na nossa cara que quem transforma a vida em cacos somos nós, basta fazer escolhas erradas. Muito me ensinou aquela singela menina. Peço a Deus que a fortaleça a cada dia, e que ninguém ouse lhe dar um desastrado esbarrão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente