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Jornalista, casada e amante das palavras. A pernambucana mais brasiliense de todas.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Sessão da Tarde

Quarta-feira chuvosa e repetitiva na capital federal. Nunca assisti tantas vezes ao mesmo filme, esta é a 6ª, e não se sabe se será a última. Há várias sugestões para o título da Sessão da Tarde. Poderia ser: A Queda - parte 6, ou quem sabe, Ministros em Apuros, ou ainda, A Faxina Continua, mais uma: Entrando numa fria 6 vezes maior. Uma perfeita tragicomédia. É literalmente rir para não chorar. Me agrada, particularmente, o fato da sujeira não ficar debaixo do tapete, mas me incomoda a possibilidade da sujeira existir da forma como está sendo colocada. Quero acreditar na justiça do país, apesar da magistrada ter soltado o verbo recentemente, sobre os bandidos de toga. Só nos resta esperar o desfecho, regado a muita pipoca e debaixo do cobertor, porque a gripe está chegando! 

sábado, 22 de outubro de 2011

Amor amado

Será que é possível amar o amor? Amar esse sentimento que de tão nobre não é apenas emoção, mas é dom? Dom perfeito, característica inerente ao próprio Deus, e criado por Ele. É possível amar esse dom de se dar, de se perdoar, de tudo crer e tudo esperar? Será que a também nobre língua portuguesa permitiria tal redundância? Pois que as regras e sintaxes dêem licença, porque amar o amor é mais que reticente, é eterno. É abstrato que se torna concreto em cada ação e gesto. É atitude de reconhecer que, sem amor, nada se aproveita, nada se é, nada. E se para Mário de Andrade, amar é verbo intransitivo, crio aqui uma exceção, uma oração subordinada: o amor. Agora tudo faz sentido. Amar o amor é possível, porque Deus é amor.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Resumo da ópera

Chegada à África

Meu amado regente costuma dizer que a primeira e a última nota da música são as mais importantes. Precisam ser precisas, afinadas, mais que corretas, bonitas. Mas o caminho a percorrer entre elas é diverso, cheio de altos e baixos. Notas longas, de perder o fôlego, ou curtas, stacatas. Semibreves ou semicolcheias. E, às vezes, é preciso silenciar. As pausas estão ali pra isso. Um descanso necessário, em meio a tantos acordes. Com este prelúdio, quero dizer que a minha primeira impressão da África foi uma nota de tirar o fôlego, de uma beleza árida e complexa. Com uma pausa no sono, decidi abrir a janela do avião na hora exata em que ele chegava ao continente. Com olhos não mais sonolentos, mas deslumbrados, vi o primeiro deserto da minha vida, o Kalahari. O oposto da fartura, uma desconcertante escassez. O silêncio nos acordes me acordou de vez para essa nova realidade. Foi o rito de passagem da primeira nota para uma melodia inédita e cheia de contrastes. Da moda careca da mulher africana ao turbante do jornalista indiano que veio pautado pelo mesmo IBAS. Iniciais de Índia, Brasil e África do Sul, que se uniram há alguns anos para tentar amenizar justamente os contrastes sociais. Mas o que mais me chamou atenção neste lugar não foi a Cúpula, com seus infindáveis protocolos, e sim os tons e semitons desse cenário multicultural, que despertaram ainda mais o meu senso de cidadã do mundo, ainda que jamais tenha pisado em Nova Iorque. Foi um curtíssimo tempo, eu diria staccato, para ter impressões mais profundas. Mas só de pisar nas ruas da África do Sul, conhecer de perto algumas raízes brasileiras, brincar uma tarde com um filhote de leão, ver mais uma parte da criação de Deus, esbarrar com um rinoceronte iluminado na decoração de Natal do shopping e com a estátua gigante do Nelson Mandela, num país que há pouco tempo passou pelo absurdo regime de segregação racial do Apartheid, já valeu todo o esforço desta cobertura. A música começou com a pausa silenciosa do deserto para logo evoluir para virtuosos compassos. E antes que haja um contratempo, eu, como uma legítima contralto, encerro essa melodia com uma nota inspirada. Não um Dó, ou um Mi, mas um Sol, que de fato nasce para todos, indiscriminadamente, e ilumina toda essa rica oportunidade que tive, esperando que um dia haja um Ritornello. E como num Requiem, me despeço dessa terra colorida de jacarandás com um sonoro Amém.

Ruas floridas de Pretória - África do Sul

À esquerda, jornalista africana, e à direita, indiano. Diversidade.

3 continentes, 3 emergentes, 3 poderes: IBAS
Experiência inesquecível

Amolando os dentes no meu tênis

Foi nessa hora que levei a inevitável unhada

O pai do Simba
Nelson Mandela Square - Johannesburgo

Ao invés de renas, rinos.

Mais surpresas no shopping
E o último pôr do sol na África.
  

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Próximo destino: South Africa!


A vida segue cheia de novidades, mas sem tempo para registrá-las. Fatos novos e outros nem tanto. Um deles merece a manchete de hoje. Em poucas horas atravessarei de novo o oceano rumo a um destino inédito no passaporte: África do Sul. Depois da experiência chinesa, esta, sem dúvida, será a cobertura mais marcante nesta trajetória de ponte aérea. Terra do rinocerante branco, dos jacarandás e de tanta história que vou descobrir de perto. O voo vai até Johannesburgo, a maior cidade sul-africana, mas de lá seguimos para Pretória, a capital administrativa, onde na próxima terça-feira acontecerá a V Cúpula IBAS (Brasil, Índia e África do Sul). A mala certamente levará minha alegria e gratidão a Deus por mais esta oportunidade de desbravar esse mundão que Ele mesmo criou. África, aí vou eu! 

Parlamento de Pretória