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Jornalista, casada e amante das palavras. A pernambucana mais brasiliense de todas.

domingo, 4 de julho de 2010

Domingo, pra que te quero

Sabe aquele dia em que você não quer olhar para nenhuma roupa social e nem mesmo para a calça jeans? Em que qualquer vestidinho de chita cai bem, ou qualquer roupa de malha, ou um short com camiseta? Para os homens, basta uma bermuda. Esse dia chama-se Domingo, em maiúsculo pela força que representa. Dia santo, literalmente. Dia escolhido, separado para cuidar da alma e da mente. Dia de se desligar da rotina, do trânsito estressante, do chefe prepotente, e se ligar na família, no sol, nas flores que você ainda não tinha prestado atenção. Dia de andar descalço, ou de tênis, ou de rasteirinha, que seja. Dia de andar. Andar sem compromisso, no compasso da vontade e não do tempo escasso. Uma caminhada no parque cai sempre muito bem.

E o almoço de Domingo? Momento sagrado que escala de trabalho nenhuma deveria anular. Se os legisladores soubessem quão importante é o Domingo, proibiriam veementemente qualquer trabalho nesse dia. Que se fechem os shoppings e lanchonetes, supermercados e restaurantes. Que a televisão saia do ar. Vamos celebrar o encontro humano, trocar palavras e risadas com nossos queridos, que não curtimos durante toda a semana. E aqui fica um tributo aos médicos e enfermeiros, policiais e bombeiros, únicos que precisam, de fato, trabalhar, ou melhor, salvar vidas de domingo a domingo. Mas que a escala seja justa e equilibrada.

O acordo coletivo de um certo lugar determina que a cada sete domingos a criatura deve folgar no mínimo dois. Nunca se viu tanta insensibilidade, afinal, sete domingos significam quase dois meses inteiros. Que regra é essa que priva alguém de desfrutar de momentos indispensáveis à saúde física, mental e espiritual? Só um domingo por mês de folga é uma afronta ao relacionamento familiar e a auto-estima. Gera seqüelas, gera até depressão. Quem, afinal, resiste ileso a um dia tão lindo dentro de uma sala fechada com um maldito ar-condicionado enquanto os outros saem pela rua sem pressa, sem compromisso... Um grito de liberdade aos empregadores sanguessugas, que descansam com sua família no Domingo enquanto “Os Miseráveis” cumprem uma escala sórdida. Abaixo as escalas de domingo. E viva a liberdade de não fazer nada.

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