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Jornalista, casada e amante das palavras. A pernambucana mais brasiliense de todas.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Play me, I'm yours

O nome é bem sugestivo, mas não é nada disso que você está pensando. Trata-se de um projeto, no mínimo, muito interessante, de um artista inglês que anda espalhando pelas ruas do mundo pianos para qualquer um tocar. Sim, um convite ousado. Toque-me, sou seu! Só em Nova York foram 60 instrumentos pelas calçadas este ano. Impossível ficar imune ao som dos pianos coloridos e ao convite indecoroso que eles fazem. Se estivesse lá, até eu tocaria  uma das duas pecinhas que ainda lembro de cor dos meus dois anos de aulas de piano. Bons tempos aqueles, a não ser pelas broncas da professora, quando eu não fazia os exercícios de escala e aparecia na aula com dedos enferrujados. Eu não tinha piano em casa para estudar, só meu saudoso teclado, que não é a mesma coisa. Mas isso não é desculpa. As portas da Escola estavam sempre abertas para os incansáveis, que se trancavam em uma das pequenas salas do bloco do piano para fazer dezenas de exercícios repetitivos, porém necessários. Eu não tive essa paciência. Mas admiro quem tem, além de tudo, o dom. Popular ou erudito, piano ainda é meu instrumento favorito. Rima boba, eu sei, mas é a mais pura verdade. Aliás, que saudades de ir a um concerto para ouvir a boa música. O último foi o Requiem da Copa, se assim posso chamar, mas a pianista, pasmem, faltou, e eles sequer puderam apresentar o Choral Fantasy, de Beethoven. Ficaram devendo. Se Brasília tivesse um piano espalhado por cada uma de suas inexistentes esquinas, certamente mais gente teria acesso a esse som maravilhoso, à cultura, ao prazer de dedilhar um instrumento. O artista inglês está de parabéns. Espero que traga de volta a ideia ao Brasil em breve, já que os chamados street pianos só deram o ar da graça em São Paulo em 2008.





Fotos do site oficial de Luke Jerram.

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