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Jornalista, casada e amante das palavras. A pernambucana mais brasiliense de todas.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Finitos

Ele não resistiu. Talvez cair do décimo andar não seja tão doloroso quanto ouvir esta frase. Ninguém fica imune diante da realidade dura, irremediável e intransigente que se chama morte. Ela não espera que se dê adeus. Ela não permite que se faça o último pedido. Ela, quando vem, vem. A morte é resistente aos apelos e lágrimas mais comoventes e comovidos. É irredutível, severa. Pior que qualquer ditador, mais cruel que qualquer tortura. Ela não dá outra chance, não brinca em serviço. A morte não faz promoção de ida e volta. É só ida, sem pechincha, sem acordo. E o preço, pela hora da morte, é imensurável, caríssimo. Quem paga a fatura são os que ficam, vivendo a saudade, saudade, mil vezes saudade de quem foi.

Este texto é dedicado ao meu querido pai, Amaral Sales, do qual não me despedi. A morte veio sorrateira no dia 05 de dezembro de 2006 e o levou de mim. Ele não resistiu.

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