Um dia, exausta, eu caminhava de volta para casa e uma senhora vendo meu sofrimento a cada passo olhou para mim e falou: minha filha, desce dessa escada! Ela se referia ao maldito sapato alto, que arrasou meus pés, minhas pernas, minha coluna, meu dia. Se não fosse esse par de mules, certamente aquela quarta-feira teria sido mais feliz. Tive que continuar a minha via crucis por mais alguns metros, quando, finalmente, depois de subir três andares, desci da escada do desconforto. Não sei que fim levou aquele sapato. Espero que não tenha ido estragar o dia de outra. Por isso faço aqui um tributo a todos os sapatinhos rasteiros, às sandálias rasteiras, aos chinelos, às havaianas. Abaixo o salto agulha, salto Luis XV, salto plataforma, salto sei lá o que. Descer do salto faz bem à saúde, é liberdade de ir e vir sem ter que se equilibrar. Versatilidade. Essa é a palavra. Salto alto pode ser bonito o quanto for, mas não convence os meus calos. Viva o sapato baixo!
OBS: Tive que comprar uma bota rasteirinha aqui em San Juan. Questão de vida ou morte!
Foi amor à primeira sílaba. Quando descobri as orações e períodos, os textos e contextos, então, nem se fala. Me apaixonei perdidamente. Paixão por contar a vida, por imortalizar os fatos, por narrar um cotidiano nada previsível. Esse é o caso antigo que mantenho firme desde que me revelaram este tão nobre ato de escrever.
Quem sou eu
- Ana Gabriella Sales
- Jornalista, casada e amante das palavras. A pernambucana mais brasiliense de todas.
srsrsrs...passei por isso hoje, indo para a EBD nos saltos!!! uiuiui...mas graças a Isa, tudo resolvido: ela me emprestou uma havaiana!!!srsrs...: )
ResponderExcluir