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Jornalista, casada e amante das palavras. A pernambucana mais brasiliense de todas.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Goiano Carioca

Hoje só quero ter certeza que jamais me esquecerei de meu pai, do seu jeito peculiar de ser, despachado, engraçado, talentoso, sem igual. Aquele que me pegou no colo, que me mostrou o mar, que me ensinou a me equilibrar nas ondas, que me fez cosquinhas, que me equilibrou em seus joelhos fortes, que me ensinou a não falar errado, a não deixar comida na beira do prato, a gostar de música popular brasileira. Também me ensinou a valorizar o que a gente tem, a pedir perdão quando se está errado, a reconhecer o erro. Me fez rir com a piada da aranha no espelho, do alemão e outras tantas que não me lembro agora. Me ensinou a orar, no quarto escuro, de portas fechadas. Me mostrou um pouquinho do Brasil, dirigiu milhares de quilômetros, me levou e me buscou da escola. Me incentivou a ser uma boa profissional e a ganhar dinheiro trabalhando “pouco”, claro. Meu pai foi (difícil conjugar esse verbo no passado) assim. Canhoto, o goiano mais carioca de todos. Cheio de defeitos, mas com qualidades inesquecíveis e bem pesadas na balança da saudade.

Hoje dou graças a Deus por ele um dia ter tido um encontro genuíno com Jesus em sua juventude e o nome Amaral Sales escrito no livro da Vida. E isso não se perde.

Uma homenagem póstuma pelo Dia dos Pais.

Um comentário:

  1. Saudades do meu tio amado... Tantas lembranças, tantas coisas boas que vivemos! As pessoas que amamos nunca saem de nossas vidas, simplesmente perpetuam por além dela...

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