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Jornalista, casada e amante das palavras. A pernambucana mais brasiliense de todas.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Balanço Geral

Entre margaridas e cravos, salvaram-se todos, menos Wagner Rossi. A semana ainda não acabou, mas até aqui foi uma avalanche de acontecimentos que já permitem um balanço, ainda que parcial. 70 mil campesinas do país se alojaram no Pavilhão do Parque da Cidade para a quarta Marcha das Margaridas. Os motivos eram de força maior: combate à violência no campo, que matou Margarida Alves em 1983, melhorias no trabalho e outros benefícios, tudo já bem costurado com o governo. Elas andaram do Parque ao Congresso e deixaram milhares de motoristas aborrecidos. Pudera, carros e margaridas não ocupam o mesmo lugar no espaço. A divisão das faixas foi meio a meio, mas isso não foi suficiente. O engarrafamento foi inevitável. Mas embora os jornais locais só falassem dos transtornos do trânsito, elas não pareciam amarguradas, seguiam cantando. Especialistas já viram o congestionamento por outro ângulo: a culpa é do transporte público ineficiente, que não pode socorrer a população num dia atípico como este. Mas é mais fácil colocar a culpa nos movimentos sociais. Como se Brasília não fosse a capital federal e legítimo palco de manifestações democráticas. Brasilienses devem saber desta natureza, diferente de qualquer outro canto do Brasil. Ossos do ofício. Mas fato é que fiquei três dias atrás de histórias e respostas para as mulheres do campo. A presidente veio no apagar das luzes fazer os anúncios que elas queriam ouvir. No início do discurso chamou Agnelo Queiroz de Agnelo Rossi, talvez lembrando do ministro que naquele momento pedia demissão da pasta da Agricultura. Mas depois, com um chapéu na cabeça, falou o que estava no script. Era hora das centenas de ônibus de margaridas voltarem para casa para, daqui a 4 anos, retornarem à capital. Será que o sistema de transporte já estará pronto para recebê-las? Se elas geraram transtorno, imaginem os torcedores da Copa, do mundo todo? E a semana continua! 

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