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Jornalista, casada e amante das palavras. A pernambucana mais brasiliense de todas.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Cadê as maritacas?

Foi-se o tempo em que Brasília era uma cidade pacata, em que a gente ouvia apenas o barulho das cigarras nas entrequadras e das maritacas nos eucaliptos. Na verdade, os eucaliptos estão cada vez mais escassos pelo caminho. Foram substituídos por pistas, viadutos, semáforos e carros, mais de um milhão deles. E aquele trânsito intenso logo cedo, reprisado no fim do dia, também não estava previsto na planilha de Lúcio Costa. Nem na nossa paciência, que precisou se adaptar à hora do rush, tal qual numa grande São Paulo. O pequeno quadrilátero no mapa hoje é delineado pela região considerada a mais violenta do mundo, segundo pesquisas internacionais. Também temos aqui no território candango uma autêntica Faixa de Gaza. Qualquer semelhança não é mera coincidência. Temos sequestros à luz do dia, estupros no cair da noite, quadrilhas e mais quadrilhas não da típica festa junina, mas de bandidos que se perderam pelo caminho e, não satisfeitos, também querem colocar tudo e todos a perder. Brasília está sitiada, amedrontada, vulnerável. Os três poderes são apenas um detalhe na paisagem cada vez mais sangrenta deste faroeste caboclo. Parecem todos vendados, a exemplo da justiça. Justiça que falha em tardar. O céu continua sendo a maior esperança dessa capital. O mais bonito de todos. Lá está a solução. Olhe mais para o céu e para quem está lá olhando para você. "Eis que estou à porta, e bato".

2 comentários:

  1. O transito intenso não é reprisado apenas no findar da tarde, na verdade ele nunca acaba! Enquanto isso, haja valeriana em nossas vidas.

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