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Jornalista, casada e amante das palavras. A pernambucana mais brasiliense de todas.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Velha, eu?

Sou do tempo em que a EPTG era uma linda alameda de eucaliptos, com um ar puro e fresco, sem trânsito caótico, sem pardal, sem viaduto. Uma linha reta, pra ir e voltar de Taguatinga, sem Águas Claras no meio. Vicente Pires também era apenas parte da paisagem, com alguns chacareiros e produtores rurais, sem sobrados, mini-prédios ou buracos na pista. Só estradinhas de terra ali pelo meio. Também sou do tempo em que o Sudoeste era um imenso canteiro de obras. Uma parte obscura em frente ao Parque da Cidade, com estandes de vendas que se espalhavam pelo meio do caminho. Por falar em Parque da Cidade, ele tinha um portão de ferro nas principais entradas, que era fechado de vez em quando. Os jardins e as lindas fontes da Praça das Fontes eram um paraíso para a criançada e instigavam a imaginação e muitas brincadeiras. Hoje estão abandonados. Mas o foguete do parquinho Ana Lídia continua lá, ainda bem. Vai continuar fazendo parte da história de muita gente. Nesse passeio pelas ruas de Brasília e pela memória, também recordo do prédio fantasma que ficava ao lado do Venâncio 2000. Uma estrutura de lajes cor de concreto ao lado de uma grande descida para as docas. Hoje é o Pátio Brasil. E o Brasília Shopping? Esse não existia nem no papel. Ah, o ParkShopping, esse era um recém-nascido, pequeno, aconchegante, sempre com vaga no estacionamento, também pequeno. A decoração interna não era de orquídeas, mas de pequenas árvores. Ao invés de HotZone, a cobiçada Divertilândia. Tinha também a Mesbla. Nada de Renner. McDonald's também era um só. E a pipoca do cinema ainda tinha preço de pipoca. Na área externa, sempre aterrissava o Ita ou o Playcenter, alegria da molecada. Estes sim, davam filas quilométricas nos brinquedos, especialmente na novidade que era o Kamikaze. Para não ser injusta, cito o Conjunto Nacional, com a fachada sempre colorida e iluminada, isso não mudou (só a forma), e as Lojas Brasileiras e Pernambucanas no térreo. Continuando a viagem no tempo, a Praça dos 3 Poderes era point das famílias no fim de semana, munidas de milho para os pombos e para os patos que ficavam no espelho d'água atrás do Congresso. As cúpulas da Câmara e do Senado também não eram isoladas, para a alegria do povo. Ganhava quem escalasse mais alto a do Senado. Indo um pouco mais longe, os condomínios do Colorado eram apenas demarcações de lotes, a preço de banana. Nada de comércio organizado por ali. Casas, só na planta. Bom, esquina ainda não tem por aqui. E quando parece que tudo mudou, vem o Noroeste, um sem número de condomínios lá pro lado do Jardim Botânico e um Mangueiral onde não se avista uma mangueira sequer. Ainda há muito para lembrar e para mudar. Mas isso fica para uma próxima. Por enquanto, a única certeza é que, sim, estou ficando velha. Nem a querida kombi, tão comum nas largas avenidas de Brasília, resistiu ao tempo, que passa para todos. E se relembrar é viver, vivo feliz com meus 30 anos de Brasília. (Em breve Velha, eu? parte 2)


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