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Jornalista, casada e amante das palavras. A pernambucana mais brasiliense de todas.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Notícias em tempo irreal

Quanta coisa aconteceu nesses últimos dias... Aqui no blog, não tenho conseguido seguir a linha de produção industrial do tempo real. Sigo num tempo paralelo, irreal, manufaturado, quase que artesanal. Longe do imediato, instantâneo. Sem manchetes do dia, mas talvez da semana. Faço aqui um parênteses. Enquanto finalmente consegui sentar para atualizar o blog, toca o interfone. Quem é? Sou recenseadora do IBGE. Pode subir! A moça, ágil com a maquininha, não quis nem entrar. Ofegante de tanto subir e descer escadas fez meia dúzia de perguntas e se foi, sem sequer aceitar um copo d’água. Pudera, entrevistar milhões de brasileiros não é fácil não. Fico pensando qual será o retrato do nosso país depois desse resultado. Crescemos em gênero, número e grau? Espero que tenha crescido, de fato, nossa dignidade. A propósito, me auto-declarei parda. Fecha parênteses. Continuo com os principais fatos da semana. Na última quarta-feira, conheci um dos cartões postais mais impressionantes da minha história até agora. Me encharquei dos pés à cabeça só de chegar perto das Cataratas do Iguaçu. A força daquelas águas, mesmo em tempo de estiagem, já foi capaz de lavar a minha alma ressecada dos últimos meses. Que lugar lindo, grandioso, que demonstra um pouquinho da criação de Deus. Ironia chamarem o ponto alto da visita de Garganta do Diabo. Na trilha de 1.200 metros pude ver muitos velhinhos corajosos, porém tentando se proteger com suas capas de chuva amarelas. Muitos hermanos do lado argentino, que vieram dar uma espiada do nosso lado. Um bote lá embaixo cheio dos turistas mais aventureiros, e um helicóptero sobrevoando. Opção de passeio pela bagatela de uns 170 reais por pessoa. Mas me contentei com os mirantes ao longo da trilha, até porque, não tinha tempo para essas regalias. Voltei rápido para trabalhar com a equipe. Um seminário de igualdade de gênero nos aguardava. Foi quando ouvi o presidente da república perguntar aos seus ministros se eram capazes de lavar suas meias e cuecas, arrancando risadas acanhadas da plateia masculina e aplausos da feminina. Este seria o primeiro de 5 eventos em Foz. Haja fôlego. Fechei 4 matérias e me mandei no dia seguinte para Porto Alegre, onde fui bem recebida pela chuva. De volta a Brasília, mantive o fôlego para cantar no coral, no dueto, e onde mais fosse preciso para agradecer a Deus por tudo o que Ele é. Agenda cheia essa. Trabalhei no feriado. E não só trabalhei, como madruguei no desfile de 7 de setembro. Às 6 e meia da manhã, lá estava eu na Esplanada e às 12h30, entrando ao vivo no jornal. Piegas ou não, sempre me emociono ao ver a esquadrilha da fumaça. Lembra minha infância, quando era levada pelos meus pais patriotas para assistir ao desfile. Hoje eu entrevisto esses pais que levam sua cria para conhecer de perto as Forças Armadas. Também entrevistei duas meninas, de 7 e 9 anos. Elas não sabiam muito bem para quê estavam ali, mas no futuro, quando se lembrarem daquele coração desenhado de fumaça no céu, saberão. Bem, trabalhei na quarta também. Fiz matéria sobre a federalização de crimes contra os direitos humanos. E nesse mesmo dia, o Irã resolveu dar uma chance a Sakineh, revendo sua pena. Esse também foi o dia da reinauguração da fonte da Torre de TV, totalmente reformada. Dizem até ser a maior da América Latina. Presente para a cidade. Enfim, consegui uma folga e estou aqui. Isso que dá ficar tanto tempo sem aparecer: Texto longo, muita informação, pouco conteúdo. Meus editores que não o vejam.

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