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Jornalista, casada e amante das palavras. A pernambucana mais brasiliense de todas.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

O lugar onde cabem os sonhos

Quem cabe no seu todos? A provocação da comunicadora Cláudia Werneck sobre direitos das pessoas com deficiência me instiga há uma década. Afinal, se o Brasil é, de fato, um país de todos, como diz o conhecido slogan, esse todos precisa ser íntegro, sem múltiplos pesos e múltiplas medidas. Há algum tempo, temas como acessibilidade e inclusão estão mais presentes na pauta do dia, mas essa pergunta ainda não quer calar. Ecoa como um estribilho. Quem cabe no seu todos? A impressão é de que ainda existem dois mundos imaginários, tais quais a linha do Equador, um com e outro sem deficiência. E, no ar, uma falsa sensação de igualdade em meio à diferença, quando na verdade o mosaico da diferença que deve dar sentido à promoção da igualdade. Uma reviravolta de conceitos, preconceitos, educação e cultura. Mas se exclusão foi palavra-chave no dicionário da desigualdade por séculos a fio, que ela mesma seja agora excluída do vocabulário dos direitos. Direitos de todos e de cada um. De ir e vir, de ser, de sentir, de sonhar sonhos que cabem, todos, num mesmo espaço chamado respeito. Espaço em que o intolerante é o único descabido, e intolerável.

Escrevo esse texto às vésperas de embarcar para um grande projeto de cobertura das Paralimpíadas de Londres 2012. Onde superação será a palavra de ordem. Minha e dos atletas.

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