O espelho vazio. O papel em branco. A pena sobre a mesa. A tinta ressecada. Não há rastro pela sala, só do vento, só do tempo. O tempo que levou embora as horas e minutos, que fugiram a galope nos ponteiros do relógio. Tempo que passou e só deixou vestígios, e não palavras. Porque não houve tempo para colocá-las no papel. O mesmo papel que repousa sobre a mesa, a espera da pena, da tinta e de alguém que no espelho reflita essa triste saga da falta de mim.
Foi amor à primeira sílaba. Quando descobri as orações e períodos, os textos e contextos, então, nem se fala. Me apaixonei perdidamente. Paixão por contar a vida, por imortalizar os fatos, por narrar um cotidiano nada previsível. Esse é o caso antigo que mantenho firme desde que me revelaram este tão nobre ato de escrever.
Quem sou eu
- Ana Gabriella Sales
- Jornalista, casada e amante das palavras. A pernambucana mais brasiliense de todas.