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Jornalista, casada e amante das palavras. A pernambucana mais brasiliense de todas.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Casa no campo


Ontem tive um estranho desejo de ter uma casa no campo. Num lugar cheio de flores, plantas e silêncio. Cheio de paz e pássaros para cantar na janela. Cheio de verde. Apenas uma rede na varanda fresquinha no entardecer e um cafezinho quente com pão no amanhecer. Vida elementar, onde o vento sopraria uma canção em cada fresta, e eu docemente acordaria em festa, de bem com a vida, com a cabeça leve e os pés firmes no chão, de terra. Comer fruta do pé, colher a salada do almoço, plantar, como diz Elis, meus amigos, discos e livros. E nada mais. 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Um desejo



'Pitanga, vieiras grelhadas, folhas precoces e bruscheta de coral'. Há algum tempo passei a perceber que antes de se comer com a boca e com os olhos, saboreia-se com a imaginação. Prova disso é a entrada descrita no cardápio do restaurante de um renomado chef dinamarquês que escolheu Brasília como habitat. Só de ler me dá água na boca, ainda que eu não conheça as nuances dessa mistura. Mas de tanto apreciar esta nobre arte gastronômica, às vezes me vem um desejo enorme de fazer dela um hobby levado a sério. Não que eu precise estudar na Cordon Bleu, mas talvez fazer uns cursos por aí, experimentar novos sabores, dar nome às minhas invenções. Mas antes, preciso saber inventá-las. Porque comer é mais que um ato de sobrevivência para quem ama cozinhar, é um ato de prazer e inspiração. Quisera eu fazer tais peripécias na cozinha, com ingredientes raros e comuns em harmonia perfeita. Colocar a mesa e convidar os amigos para uma surpreendente degustação, regada a um bom bate-papo. Mas por enquanto recorro àqueles que já desvendaram o caminho das pedras e das panelas. É uma pena que não é todo dia que se pode usufruir de cardápios maravilhosos e ousados, assinados por um chef. Acabamos deixando para as ocasiões especiais, especialíssimas. Mas cada uma delas se torna inesquecível, já que um sabor cativante vira lembrança e nunca mais sai da memória. Cada prato especial que provei está devidamente registrado. Quem sabe um dia este vire um blog de culinária para que possa ser mais que lido, degustado. Bom apetite!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Passando a limpo

 
Fim de ano. Hora de fazer aquela faxina não só nos papéis, mas nas metas, sonhos e objetivos. Um balanço inevitável e imprescindível. Muitos sentimentos ruins para jogar fora, algumas atitudes para reciclar, mais amor para doar, junto com peças de roupa que certamente ainda alegrarão o dia de alguém. Tempo também de acionar aquelas memórias adormecidas, que trazem tantas lições. Há de se contabilizar a dor das perdas e o prazer dos ganhos. Há que se somar as lágrimas de alegria e as de tristeza e dividi-las pelas emoções de cada instante. O resultado será a trajetória corajosa de romper mais um ano cheio de experiências novas ou reinventadas que certamente efetuaram alguma forma de amadurecimento. Para esta conta não é preciso calculadora, mas um coração disposto a mudar o que for preciso. E se o tempo gasto com coisas pequenas e inúteis foi superior aos minutos nobres de alegria e paz, de gargalhadas despretensiosas e de abraços apertados, está na hora de inverter a ordem dos fatores. De parar de apenas lavar a roupa suja, mas usar a roupa limpa. E entrar no novo ano livre de ressentimentos, e com muita vontade não só de ser, mas de fazer o outro feliz.