Quem sou eu

Minha foto
Jornalista, casada e amante das palavras. A pernambucana mais brasiliense de todas.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Trabajo


Mi nombre hoy és trabajo. Sin comentarios. Hasta luego. Buenas noches. Saludos de Asunción, Paraguay.

terça-feira, 21 de junho de 2011

É chegado o inverno!


Os consultores de moda já sentenciam: o inverno tem seu charme. Nas ruas, só se vê pessoas escondidas dentro de casacos, golas altas, cachecois, pashiminas, botas, gorros e diversos acessórios para se proteger do frio. Além de charmosa, estação gostosa para abraçar, tomar um chocolate quente, preparar um fondue com os amigos, tirar o cobertor do armário. Aqui no Cerrado as temperaturas raramente ficam abaixo dos 9 graus, mas já é um bom motivo para buscar calor humano e quiçá recorrer às pantufas. Uma coisa é certa, as cores do céu de Brasília nunca saem de moda, seja qual for a estação.

Viva o inverno!

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Lado A

No fundo de um armário sempre tem uma relíquia. Em meio à poeira, dentro daquelas caixas fechadas, empilhadas, esquecidas num canto, sempre tem algo que as faça valer a pena. Vasculhando uma dessas caixas empoeiradas, avisto uma fita cassete. Depois de longos anos de abandono, esperava o dia do resgate. Ao pegá-la, mal sabia eu que ali estava contida parte preciosa da minha herança. Rapidamente fui à sala e coloquei a fita para tocar. Vejamos o que tem no lado A. Eis que ouço a voz de Chico. Chico Buarque. "Não chore ainda não, que eu tenho uma razão pra você não chorar." Impossível, meu caro Chico. Esta coletânea gravada por meu pai foi apenas uma de tantas, que tomavam parte do seu tempo ali, sentado em meio a dezenas de LPs. Ele, como um hábil DJ, ia trocando os discos para gravar suas favoritas e poder ouvir no som do carro. E você Chico, foi um de seus preferidos. Suas letras cantaram a história de meu pai, e portanto, a minha também. A banda passou, e, como diz você, o que era doce acabou, para meu desencanto. Meu pai não está mais aqui para me surpeender com uma coletânea da boa música. Suspeito que esta dor, nem depois de velha, possa morrer, mas faço de minhas lágrimas um canto, afinal, a vida é boa para quem cantar. Olê olê olê olá! Mas te peço, Não fale da vida, nem fale da morte, tem dó da menina, não deixa chorar. Olê, olê, olê, olá!

Fato curioso: Certa vez atendi Chico Buarque no telefone. Sim, ele telefonou para a minha chefe, na época, uma renomada jornalista, e atendi, sem acreditar em quem estava do outro lado da linha. Meu pai gostaria de saber disso. Ia dar risada.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Especialmente especial


Hoje Brasília estava especialmente mais bonita, o azul do céu estava especialmente marcante, e esta lua, ah, esta lua, deixa qualquer um mais apaixonado, especialmente eu.

Boa noite!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Cadê as maritacas?

Foi-se o tempo em que Brasília era uma cidade pacata, em que a gente ouvia apenas o barulho das cigarras nas entrequadras e das maritacas nos eucaliptos. Na verdade, os eucaliptos estão cada vez mais escassos pelo caminho. Foram substituídos por pistas, viadutos, semáforos e carros, mais de um milhão deles. E aquele trânsito intenso logo cedo, reprisado no fim do dia, também não estava previsto na planilha de Lúcio Costa. Nem na nossa paciência, que precisou se adaptar à hora do rush, tal qual numa grande São Paulo. O pequeno quadrilátero no mapa hoje é delineado pela região considerada a mais violenta do mundo, segundo pesquisas internacionais. Também temos aqui no território candango uma autêntica Faixa de Gaza. Qualquer semelhança não é mera coincidência. Temos sequestros à luz do dia, estupros no cair da noite, quadrilhas e mais quadrilhas não da típica festa junina, mas de bandidos que se perderam pelo caminho e, não satisfeitos, também querem colocar tudo e todos a perder. Brasília está sitiada, amedrontada, vulnerável. Os três poderes são apenas um detalhe na paisagem cada vez mais sangrenta deste faroeste caboclo. Parecem todos vendados, a exemplo da justiça. Justiça que falha em tardar. O céu continua sendo a maior esperança dessa capital. O mais bonito de todos. Lá está a solução. Olhe mais para o céu e para quem está lá olhando para você. "Eis que estou à porta, e bato".

sábado, 11 de junho de 2011

Disfarce

Quieta, num canto, a alegria quase passou despercebida. Trancou o sorriso no armário para ninguém achar e virou as costas quando comecei a procurar. Se travestiu de dor com uma capa de chuva cinza. Mas o disfarce durou pouco. Logo a encontrei e trouxe de volta à tona sua cor irradiante. Libertei o sorriso e enfeitei o rosto. Só faltava agora alguém para contagiar, distribuir sorrisos gratuitos, semear alegria, colorir o céu nublado e desmotivado. Olhei para um lado, para o outro, não foi tão fácil achar. Mas ali, bem escondidinha, estava uma lágrima prestes a despencar. Corri para lá com o sorriso aberto, a alegria a postos e comecei a gargalhar. A lágrima logo secou, e a alegria trancou a tristeza naquele velho armário, junto com a solidão, e seguiu regando novos jardins nos corações que encontrava pelo caminho. Essa é a história da alegria que um dia quis ser triste, mas escolheu o disfarce errado. Porque mesmo na dor ainda se pode sorrir.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

O amor derrete o gelo

Depois de viajar 600km sob forte chuva e neblina para noticiar a entrega de mais 580 apartamentos do programa do governo em Blumenau, aqui estou de volta a Curitiba tremendo de frio. Esta cidade, definitivamente, não seria meu lar. Gosto de mãos quentes, pés descalços, liberdade. O frio me aprisiona em casacos, meias e edredons. Não posso sequer fazer um movimento na cama, porque o que passa de mim está congelado. Amanhã chego em casa para derreter o gelo. Por enquanto, o que me aquece é o amor da tia Virgínia, que me convence a cada dia do valor da vida e da fé. Carequinha, ela também precisa de gorro para se aquecer. Quero deixar aqui meu abraço mais apertado antes de partir, pra ver se esquento um pouquinho mais esse grande coração que palpita forte independentemente desta gelada Curitiba.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

A atitude mais bonita da cidade

Depois da banda mais bonita da cidade, da redação mais bonita da cidade, e de outras tantas paródias, chegou a hora da atitude mais bonita da cidade, desta vez, a cidade de Monterrey, no México. No meio do fogo cruzado, uma professora da pré-escola canta uma música para acalmar os estudantes, deitados no chão para se proteger. E enquanto cinco pessoas caiam mortas ao lado da escola, vítimas do narcotráfico, ela perguntava às crianças quem queria chocolate. Ao que todas respondiam: Yo! E continuavam a canção infantil alheias à violência que as cercava. Não foi à toa que a professora foi condecorada no dia seguinte. E não é à toa que considero esta uma das atitudes mais bonitas da cidade, que comoveu mexicanos, gregos, troianos e esta humilde brasiliense que vos escreve. Cabe o meu aplauso!